segunda-feira, dezembro 20, 2010

(gratidão)

Porque a vida hoje me roubou mais uma pessoa. Uma pessoa com a minha idade e dois filhos, tal como eu. Uma pessoa que me marcou. Uma amiga de outros tempos. E também porque há já algumas semanas que ando a matutar para mim mesma todas as coisas pelas quais me sinto grata - quando nos aparece um nódulo na tiróide que leva a que surjam as palavras benigno e maligno na mesma frase e que nos obriga a fazer uma biópsia e aguardar com toda a impaciência do mundo por um resultado também dá nisto. Porque todos nós, pelo menos uma vez por dia, devíamos agradecer por alguma coisa. Nem que seja por ainda podermos sentir essa tal de gratidão.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

(respirar)


Porque agora somos 4. E porque há dias em que não é fácil gerir a montanha russa de emoções que é ter dois filhos. Um com 2 anos e meio, ciumento e carente e uma com quase 5 meses que precisa de toda a nossa atenção. Não é fácil, nem era suposto que fosse. Mas confesso que há dias em que me falta o fôlego. Em que me apetece enfiá-los numa creche e voltar a trabalhar fora de casa, com um horário das 9h às 17h. Mas esses dias de desalento são ínfimos quando comparados com o amor que sinto a transbordar de mim e em mim todos os dias, todos os minutos. Porque todos os dias me sinto grata por ter a oportunidade de estar com eles em casa a vê-los crescer. Mesmo que às vezes sinta que me falta o ar. Mesmo que por vezes (tantas vezes) me tirem do sério.